Metais
O progresso tecnológico esteve sempre
associado, desde as primeiras forjas da idade do bronze, ao
conhecimento dos metais e a sua utilização em ferramentas,
construções, veículos e outros artefatos.
Metal é, genericamente toda substância
mineral que se apresenta em estado sólido à temperatura ambiente —
com a única exceção do mercúrio — e que se caracteriza por brilho
característico, opacidade, dureza, ductibilidade (que permite que o
material seja esticado em arames finos) e maleabilidade (que
possibilita sua redução a lâminas delgadas). Incluem-se nessa
definição tanto os metais propriamente ditos (ouro, prata, ferro,
etc.), como algumas ligas (bronze e latão por exemplo). Outras
propriedades físicas que caracterizam o metal são sua elevada
densidade, boa fusibilidade e, principalmente, os altos coeficientes
de condutividade térmica e elétrica.
Do ponto de vista químico, metal é
todo elemento eletropositivo, ou seja, aquele cujos átomos formam
íons positivos em solução. Os metais constituem cerca de 75% do
sistema periódico dos elementos. Possuem, em seu nível mais externo,
denominado nível de valência, no máximo três elétrons, excetuados o
estanho e o chumbo (que possuem quatro elétrons) e o bismuto e o
antimônio (cinco elétrons). O metal é profundamente afetado pela
presença de quantidades relativamente pequenas de outros elementos.
Exemplo disso é a liga denominada aço, cujas importantes
características se devem à pequena quantidade de carbono
(aproximadamente 0,5% desse elemento) adicionada ao ferro.
Apenas alguns metais, como o ouro, a
prata, o cobre, a platina e o bismuto ocorrem na natureza em sua
forma elementar. Quase sempre os metais são encontrados em forma de
óxidos ou sulfetos, nos minerais que contêm quantidades variáveis de
impureza (ganga), como argila, granito e sílica, de que os compostos
metálicos devem ser separados. Aparecem ainda como cloretos,
carbonatos, sulfatos, silicatos, etc. O principal problema é
reduzi-los de seus compostos à forma elementar. Dificilmente os
mesmos processos podem ser aplicados a todos os metais, em virtude
das grandes diferenças físicas e químicas entre eles.
A escolha do procedimento adequado
baseia-se nas propriedades químicas e termodinâmicas dos sistemas.
Os métodos mais comuns de redução são: (1) O pirometalúrgico, que se
subdivide em: (a) aquecimento de sulfetos ao ar (ustulação), (b)
aquecimento de misturas de óxidos e sulfetos, (c) redução com
carbono e (d) redução com hidrogênio; (2) o eletrolítico; (3) o
deslocamento metálico e (4) a decomposição dos haletos. Os metais
mais abundantes na crosta terrestre, todos em combinação com outras
substâncias, são o alumínio, o ferro, o cálcio, o sódio, o potássio
e o magnésio.
Estrutura e ligações metálicas:
As propriedades físicas e químicas
desse grupo de elementos devem-se à configuração eletrônica de seus
átomos e ao tipo de ligação química que os une. O termo molécula não
é adequado aos metais: é mais exato referir-se a redes cristalinas —
disposição geométrica dos átomos que se repete regularmente no
espaço e dá origem aos grãos que compõem a massa metálica.
Os átomos mantêm-se no interior da
rede não só por implicações geométricas, mas também por apresentarem
um tipo peculiar de ligação química, denominada ligação metálica. A
união dos átomos que ocupam os “nós” de uma rede cristalina dá-se
por meio dos elétrons de valência que compartilham (os situados em
camadas eletrônicas não são completamente cheias). A disposição
resultante é a de uma malha formada por íons positivos e uma nuvem
eletrônica.
Cristalografia e granulometria:
Os metais apresentam grande
diversidade de propriedades físicas e químicas, conforme a pressão,
temperatura e outras variáveis. Além disso, um mesmo elemento pode
apresentar diferentes tipos de mecanismos e estruturas de
cristalização, o que também lhe altera as características.
Geralmente, os metais apresentam
ordenação cristalina simples, com alto nível de aglutinação atômica
(o que implica alta densidade) e numerosos elementos de simetria. No
que se refere às combinações, apresentam forte tendência a não
formar compostos entre si, mas têm afinidade por elementos não
metálicos como o oxigênio e o enxofre, com os quais formam
respectivamente, óxidos e sulfetos.
O tamanho, forma e disposição das
partículas metálicas, especificados pela granulometria, são
fundamentais para o reconhecimento das propriedades físicas que
determinam a plasticidade do material. Esses fatores podem ser
alterados por tratamentos térmicos (aquecimento e resfriamento
rápido) ou mecânicos, quando são estriados e forjados.
Oxidação:
A maioria dos metais tende a se oxidar
quanto expostos ao ar, especialmente em ambientes úmidos. Entre os
vários procedimentos empregados para evitar ou retardar a corrosão,
os mais comuns são a aplicação de pinturas protetoras, a formação de
ligas com outros elementos que reduzam ou eliminem tal propensão e a
conexão a pólos elétricos que impeçam a ocorrência do fenômeno. É
interessante o caso do alumínio, que, em presença do oxigênio, forma
uma delgada película de óxido que detém a oxidação.
Aplicações:
Apesar da grande variedade de metais
existentes, a maioria não é empregada em estado puro, mas em ligas
com propriedades alteradas em relação ao material inicial, o que
visa, entre outras coisas, a reduzir os custos de produção.
As indústrias automobilística,
aeronáutica, naval, bélica e de construção civil são as principais
responsáveis pelo consumo de metal em grande escala. São também
representativos os setores de eletrônica e comunicações, cujo
consumo de metal, apesar de quantitativamente inferior, tem
importância capital para a economia contemporânea.